Cartunista conta à CNN relação que tinha com o craque e ideia para representar o ídolo do futebol brasileiro nas histórias em quadrinhos
30/12/2022 às 11:27 | Atualizado 07/04/2023 às 17:37
O cartunista Maurício de Souza e Pelé exibem a primeira edição em espanhol do gibi Pelezinho
• Arquivo pessoal Maurício de Souza
“A humanidade que eu senti ao lado do Pelé… para mim, ele será eterno, e as lembranças que tenho com ele também permanecem eternas.”
A frase dita por Mauricio de Sousa, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (30), sintetiza o carinho e a amizade do cartunista pelo ídolo do Santos e da Seleção Brasileira, que nos deixou nesta quinta-feira (29), aos 82 anos.
Criador da revistinha Pelezinho, lançada na década de 1970 e baseada na infância de Pelé, Mauricio contou à CNN como surgiu a ideia de criar histórias em quadrinhos que representassem o craque quando criança e a forma como sua relação com o craque foi se intensificando com o tempo.
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“[A revista] Pelezinho nasceu durante uma viagem de avião internacional. Eu estava vindo da Itália, sentei ao lado dele e perguntei se ele autorizaria a criação de um personagem baseado na infância dele. Ele estranhou um pouco, pensou que seria de um personagem adulto, e eu disse que não, que era para a criançada, para eles sentirem futebol. Com isso ele foi me passando maneiras e cuidados que eram necessários para a criança pensar em ser futebolista.”
“Pelé passou tantos momentos interessantes e maravilhosos contando histórias da vida dele, para eu criar um personagem baseado nele. Era linda nossa relação, criando histórias, ele me mandando bilhetes, cartas falando de coisas da infância dele, dos amigos dele, com isso eu pude conhecer a história infantil do nosso rei. Com isso criei os personagens e lançamos o gibi do Pelezinho. E isso nos aproximou.”
Assim como Pelé no futebol, Maurício de Souza se tornou referência como cartunista, vendendo edições de suas revistas para o Brasil e para o exterior.
Em uma conversa com o ex-jogador, ele lembrou de um conselho dado pelo craque que mudaria a forma como ele se relacionaria com seus fãs e admiradores.
“Ele me passou um conselho, falou: ‘Maurício, quando o pessoal vem pedir autógrafo para mim, eu dou um jeito e dou sempre um autógrafo. Não deixa de dar um autógrafo, porque pode acontecer da pessoa que pediu nunca mais te ver de novo, então dê o autógrafo, faça a foto, atenda essa pessoa.’ Eu lembro sempre disso e nunca mais faltei também a atenção de alguém interessado em um autógrafo, uma foto e um abraço.”
Você também se lembra de momentos especiais com Pelé?