Kumi Yokoyama, atleta da seleção feminina de futebol japonesa, se assumiu como homem trans nesta segunda-feira (21) e disse que deseja ajudar a aumentar a conscientização em seu país.

Atacante de 27 anos, que joga pelo Washington Spirit, da Liga Nacional de Futebol Feminino (NWSL), revelou que viver nos Estados Unidos e na Alemanha a ajudou a se sentir mais confortável com sua identidade.

Yokoyama fez uma cirurgia para remover o tecido mamário há sete anos, evitando tratamentos hormonais para não correr o risco de falhar em testes de doping. Ela planeja se submeter a mais procedimentos de afirmação de gênero após se aposentar do esporte.

“Eu namorei várias mulheres ao longo dos anos, mas tive que ficar fechado no Japão”, disse Yokoyama em entrevista traduzida pelo Japan Times.

“No Japão, sempre me perguntavam se eu tinha namorado, mas aqui (nos EUA) me perguntam se tenho namorado ou namorada. Quando minha namorada disse que não havia motivo para eu ficar fechado, eu realmente me dei conta.”

O Washington Spirit anunciou que Yokoyama usará os pronomes de gênero neutro “eles” e “eles” daqui para frente.

Yokoyama, que participou da Copa do Mundo Feminina de 2019 na França, afirmou que a decisão do meio-campista Reign Quinn de se assumir como trans no ano passado foi uma fonte de inspiração.

“(Quinn) usava um moletom que dizia ‘Proteja as crianças trans’ antes de um jogo, e eu percebi que isso é o que se parece com uma ação”, comentou Yokoyama.

“Ultimamente, a palavra ‘LGBTQ’ se tornou mais conhecida no Japão e está sendo amplamente coberta pela mídia, mas pessoas na minha situação ainda têm dificuldade em levantar suas vozes sobre o assunto.”

“Se todos nós falarmos juntos, podemos ajudar a aumentar a conscientização.”