Atleta Cássio Reis compartilha sua trajetória após perder a visão aos 14 anos
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ToggleO atleta Cássio Reis revela que perdeu a visão aos 14 anos e que o Instituto de Cegos da Bahia foi fundamental para apresentar-lhe o “mundo Paralímpico”. No último sábado (4), o Brasil conquistou a medalha de ouro no Futebol de 5, na final contra a Argentina, tornando-se pentacampeão na modalidade Paralímpica. A equipe chegou à final invicta e sem levar gols durante toda a competição em Tóquio.
“Além da medalha de ouro, a gente estava brigando por uma hegemonia. São cinco Paralimpíadas, cinco ouros, e nunca perdemos sequer uma partida dentro desta competição”, afirmou Cássio Reis.
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O Futebol de 5 é uma adaptação do esporte para atletas com deficiências visuais. Cássio Reis relata que a semifinal e a final foram grandes desafios não apenas pela qualidade dos adversários, mas também pelas condições climáticas. Nas semifinais, a seleção brasileira enfrentou dificuldades para passar pelo Marrocos em um jogo marcado por intensa chuva.
“Foi um jogo extremamente difícil onde a individualidade teve que prevalecer. Deixamos a técnica de lado e fomos para a garra, para o desejo de chegar à final”, afirma o atleta.
Na final contra a Argentina, o desafio persistiu. “A bola estava muito molhada e lisa, o campo pesado, mas o Brasil mostrou muita fibra e garra, conquistando novamente este título”, acrescenta.
Cássio Reis conheceu o mundo Paralímpico através do Instituto de Cegos da Bahia, onde testou várias modalidades, como natação e atletismo, até ser “escolhido pelo futebol”. “Desde 2008 eu acompanho a seleção brasileira. Em 2008, só treinava e aprendia. Em 2009, já fui campeão pela primeira vez na Copa América. Desde então, tenho raízes cada vez mais firmadas no esporte”, diz.
Ele explica que perdeu a visão na adolescência devido a uma cirurgia e, posteriormente, em um acidente na escola. “Perdi a visão aos 14 anos. Tive descolamento de retina após uma cirurgia de catarata, que só foi descoberto com o tempo, quando já não havia mais o que fazer. Minha retina direita atrofou, e o cristalino do olho esquerdo foi perdido em um acidente na escola”, relata.
Após essa experiência, ele deixou Ituberá, na Bahia, e foi para Salvador, onde encontrou o instituto que lhe apresentou diversas modalidades para deficientes visuais. “O esporte abriu as portas para mim. Hoje, tenho uma posição dentro do governo municipal e isso veio graças ao conhecimento adquirido ao longo desse tempo no esporte. As pessoas que conheci, as culturas e tudo isso foram somas que me ajudaram muito”, conclui Cássio.
Como o esporte pode transformar vidas e promover a inclusão social?